Fotografias de Carlos Cabrita e Manueldoliveira
de 18 de março a 19 de abril de 2013
Fotografia?
A palavra fotografia segundo todos nós sabemos, deriva das palavras de origem grega: foto (luz) e grafia (escrita), transmitindo por isso a ideia de escrever ou de desenhar com a luz.
No século XIX, os fotógrafos ficavam
satisfeitos com a estética do seu tempo aplicada à fotografia, mas no final dos anos cinquenta e início dos anos sessenta, o mundo urbano e os meios de comunicação e publicidade cativaram artistas como Andy Warhol que passava as fotografias a desenho usando cores fortes e brilhantes reinventando assim a Pop Art.
A fotografia tornou-se, especialmente nas últimas décadas, numa linguagem sem fronteiras e uma nova classe de comunicação visual, tornando-se cada vez mais comum a fotomontagem ou a manipulação de imagem, especialmente para uso publicitário, ou simplesmente como forma de arte. Nos últimos anos com o aparecimento das plataformas digitais e das redes sociais foi também potenciada a sua divulgação em massa e a nível planetário.
Mas até que ponto a fotografia recria a realidade? Ao usar o flash, não estamos já a alterar, a ficcionar a realidade, pelo simples facto de que a pessoa que estamos a fotografar “na realidade” não tem o rosto tão iluminado? Pensemos ainda na fotografia a preto e branco (a primeira a existir). Não será ela só por si uma ficção, também uma alteração da realidade? Qual é a fronteira?
Quando queremos fotografar uma paisagem e está lá aquele carro a “estragar” a fotografia, o que fazemos? Desviamo-nos um pouco ou mudamos até de local para que o carro não apareça no enquadramento. Não estamos também aqui a “alterar” a realidade, ou pelo menos a alterar a realidade vista do ponto onde nos encontrávamos inicialmente? O carro permanece lá mas nós não o enquadramos na imagem propositadamente. O uso do computador e um software de edição de imagem altera a realidade?
Será que a mesma situação fotografada por pessoas diferentes, com equipamentos diferentes são as várias realidades? Ou as várias ficções? E qual delas será real e qual delas será ficção?
Carlos Cabrita
Natural de Portimão, desde muito cedo que começa a fotografar. Com cerca de treze/catorze anos consegue de empréstimo uma máquina, analógica, pois naquele tempo era só esse tipo de máquina o que existia e dedica-se a fotografar a família e os amigos.
Tomou-lhe o gosto e uns anos depois, aos 16 anos, compra o seu primeiro equipamento, uma Carl Zeiss. Essa máquina marca definitivamente a sua forma de ver o mundo e a exploração da técnica potenciaram a sua evolução para equipamentos cada vez mais avançados tecnologicamente, com especial destaque por uma máquina que marcou uma geração, a mítica Canon A1.
Sempre com o coração de amador, para além de familiares e amigos, dedica-se também a registar imagens da vida urbana e da paisagem natural, com uma grande paixão por esse momento mágico do nascer e do pôr do sol, aliado ao fascínio pelo sempre diferente mar.
Depois chegou o digital e a facilidade e a liberdade que proporcionaram a quem gosta da fotografia. Rendeu-se a esta nova forma de fotografar em 2005, mas a rendição não foi incondicional, pois continua a ser fiel à fotografia pura. Com efeito, as imagens que capta ficam como estão, sem a utilização posterior de qualquer outro artifício técnico ou informático.
Presentemente, digitalmente afeiçoado aos equipamentos da Pentax e da Nikon, a sua actividade fotográfica tem sido bastante mais intensa. Mas não há ilusões, no fundo é, e será sempre, um fotógrafo amador na verdadeira acepção da palavra.
Manueldoliveira
Natural de Portimão no Algarve, desde adolescente que tenho a fotografia por paixão. Dei os primeiros passos num clube onde aprendi (no tempo do analógico), a revelar filme a preto e branco e ampliar depois para papel. Por esta altura o meu equipamento era uma velha SLR Zenith EM de origem Russa.
Em 2002 comprei o meu primeiro equipamento digital e (re)começo aí a encarar a fotografia numa perspectiva mais séria e com um fluxo de trabalho bastante mais intenso.
No mesmo ano, começo a fotografar com regularidade várias provas desportivas por todo o Algarve, tendo algumas delas sido publicadas na imprensa e em Sites da especialidade. 2006 é ainda o ano do “nascimento” do meu site pessoal (www.manueldoliveira.net).
Não tendo sido uma escolha deliberada, o Desporto e os Espectáculos, acabaram por ser uma opção mais ou menos natural, devido ao meu gosto pessoal por ambas as áreas. Contudo não estou confinado a estes dois tipos de fotografia, fazendo sempre que posso incursões por outras áreas de que também gosto como por exemplo fotografia aérea, macro, paisagem, retrato e mais recentemente a fotomontagem ou manipulação de imagem.
Em 2011 completei o Curso de Fotografia na ETIC_Algarve – Escola Técnica de Imagem e Comunicação.
Os trabalhos aqui apresentados são todos eles manipulados com software de edição de imagem, embora com graus de manipulação muito diferentes que vão desde o simples reenquadramento da imagem até à composição “onírica” mais complexa.
Contacto:
www.manueldoliveira.net